Sempre que um dorama explode na Netflix, eu tento assistir sem preconceito. Popularidade não é um problema, afinal, boas histórias também podem alcançar grandes audiências. O problema começa quando o hype promete profundidade, emoção e originalidade, mas entrega apenas uma fórmula reciclada e sem emoção.
Como crítico, eu aprendi a separar o impacto entre o público de qualidade narrativa. Nem todo sucesso é sinônimo de boa escrita, personagens bem construídos ou desenvolvimento coerente. Alguns títulos até começam bem, mas se perdem no caminho, criam conflitos artificiais ou subestimam a inteligência de quem assiste.
Essa lista não é sobre ódio gratuito, mas sim sobre frustração. São doramas que eu assisti esperando algo marcante e que, apesar de números impressionantes e redes sociais em festa, deixaram uma sensação clara de oportunidade desperdiçada. Se você também terminou uma dessas séries pensando "era só isso?", talvez concorde comigo.
A ideia inicial de um aplicativo que revela quem está apaixonado por você é interessante e atual, mas a execução nunca acompanha o conceito. A trama se apoia excessivamente em triângulos amorosos rasos, personagens pouco desenvolvidos e decisões repetitivas que não levam a lugar nenhum. Para mim, o maior problema é que o dorama parece ter medo de aprofundar seus próprios temas, preferindo girar em círculos até o final.
Assisti esperando um retrato honesto de relações tóxicas, mas encontrei uma história que romantiza comportamentos problemáticos sem questioná-los de verdade. Os personagens até têm potencial, mas a narrativa insiste em repetir os mesmos conflitos sem uma grande evolução. Em vez de provocar reflexão, o dorama acaba normalizando relações desequilibradas, o que me deixou mais irritado do que envolvido.
Eu entendo o apelo do dorama: bastidores da fama, juventude, sonhos e romance. Mas 'Passarela de Sonhos' nunca consegue decidir sobre o que realmente quer falar. A narrativa é dispersa, os conflitos se resolvem rápido demais e os personagens parecem andar em círculos. Apesar do elenco super popular, senti falta de uma emoção que justificasse tanto entusiasmo do público.
Comecei empolgado, confesso. O universo das startups, os sonhos juvenis e o romance tinham tudo para funcionar. Mas, no meio do caminho, o dorama se perde completamente, toma decisões questionáveis e sacrifica personagens bem construídos por conveniência de roteiro. O final, especialmente, me pareceu apressado e vazio.
Apesar do sucesso estrondoso, nunca consegui enxergar a profundidade que muitos defendem em 'Beleza Verdadeira'. O dorama se apoia demais em clichês de comédia romântica escolar e transforma um tema sério, de discutir padrões de beleza e autoestima, em algo raso e repetitivo. A história parece mais interessada em manter o triângulo amoroso do que em desenvolver a protagonista e seus dramas.
Quando 'Round 6' estreou, foi impossível ignorar a crítica social, o choque de um jogo sangrento e a tensão de saber quem sobreviveria. O problema é que, ao chegar ao final da terceira temporada, a série já parecia refém do próprio sucesso. A história se esticou e pecou em dizimar seu elenco, transformando personagens complexos em peças descartáveis de espetáculo. Foi um péssimo final.
O dorama até começa instigante, com suspense psicológico e uma atmosfera de mistério bem construída. Mas, conforme os episódios avançam, a trama passa a depender de reviravoltas confusas e explicações pouco convincentes. Em vez de aprofundar a emoção dos protagonistas, a série escolhe uma sucessão de conflitos que são desanimadores. Terminei com a sensação de nunca mais querer ouvir um toque de telefone na vida.